No relato da ressurreição de Jesus Cristo segundo Mateus, capítulo 28, quando se torna claro como a luz do sol, para as autoridades políticas e religiosas de plantão, que o túmulo está vazio e não há explicação lógica para isto, uma ideia das trevas lhes vem à cabeça.
Por que não criar uma versão alternativa que justifique o túmulo vazio?
As coisas aconteceram rápido naquela manhã de domingo em Jerusalém.
Quando o poder acordou, já era tarde demais.
Até o versículo 11 de Mateus 28, o cenário da ressurreição já está consumado: mulheres em busca do Cristo, terremoto, anjo, pedra da entrada movida, guardas em desespero, Jesus aparece às mulheres e lhes dá uma nova missão, o convite para um encontro na Galileia, e somente aí os soldados da guarda - despertos do choque - correm para contar o ocorrido às autoridades religiosas.
O pânico se instaura nos altos círculos do poder religioso, e antes que o poder político pudesse imaginar, são essas autoridades que, nos versículos seguintes, tramam o plano com os soldados, urdindo as "fake news" de que se estes perguntados fossem por seus superiores, diriam que o corpo fora roubado pelos discípulos durante a noite.
Algo precisava ser feito urgentemente, para que o poder não se lhes escapasse, nem que fosse mentiroso, paliativo e temporário.
Como deixa claro o ditado popular, "a mentira tem perna curta", e as "fake news" servem para um propósito imediato com prazo de validade. Mais cedo, ou mais tarde - inevitavelmente - a verdade prevalecerá.
É triste ver como muitos líderes religiosos, hoje em dia, não aprenderam a lição.
Talvez lhes tenha escapado o versículo 11 do Salmo 63: "as bocas dos mentirosos serão lacradas" (versão King James Atualizada em português).
Ainda nesta versão bíblica, "prestei atenção e ouvi; contudo, eles não falam o que é verdadeiro. Ninguém deseja se arrepender de sua impiedade e ainda alegam: 'O que foi que eu fiz?' Cada um se desvia e segue seu próprio e costumeiro caminho, como um cavalo que se lança no ímpeto da batalha" (Jeremias 8:6).
Voltando àquela manhã da ressurreição, ninguém sabe dizer realmente o que ocorreu com os guardas e as autoridades religiosas e políticas depois de constatarem a tumba vazia, a não ser que - de uma forma ou outra - foram atropelados não por cavalos mas pela realidade que quiseram falsear.
Terminaram lacrados.
O fato é que mundo nunca mais foi o mesmo a partir de então.