quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A voz da natureza divina

“Ouvi a voz do Senhor que dizia: A quem enviarei?”
(Isaías 6:8)


Quando falamos do chamado de Deus, é possível que esqueçamos o aspecto mais importante da questão – a natureza daquele que chama. Existe a voz do mar, a voz das montanhas, a voz dos grandes bancos de gelo; mas essas vozes são ouvidas por poucos. Cada voz é a expressão da natureza daquilo de que ela provém, e só conseguimos captar determinada voz se tivermos a mesma natureza dela. A voz de Deus é a expressão da natureza dele, e não da nossa. Pela providência de Deus, vibram em nós ressonâncias da voz divina que só nós reconhecemos, e ninguém mais. É a voz de Deus que nos é dirigida particularmente, sobre algum assunto nosso, e não adianta consultar a ninguém sobre ele (Gálatas 1:16). Temos que manter esse profundo relacionamento apenas entre nós e Deus.

A voz de Deus não é um eco da minha natureza; meu temperamento e gostos pessoais não entram em questão. Enquanto eu ficar levando em conta meu temperamento e pensando nas minhas aptidões pessoais, nunca ouvirei a voz de Deus. Mas, quando passar a ter um relacionamento com Deus, então me encontrarei nas mesmas condições em que Isaías se encontrava. Ele estava tão afinado com Deus, dada a tremenda crise por que passara, que conseguiu captar a voz de Deus falando à sua alma atônita. A maioria de nós não tem ouvidos para nada, a não ser para nós mesmos. Não conseguimos ouvir nada do que Deus diz. Ser levado a uma sintonia com o chamado de Deus é ser profundamente transformado.

(Oswald Chambers, “Tudo para Ele”, Ed. Betânia, meditação de 16 de janeiro)

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