“A mulher quando está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem.”
(João 16:21)
(João 16:21)
Não estranhe. É uma questão de rota, via de acesso. Não poucas vezes a tristeza antecede e dá à luz a alegria. O preço da alegria cobra-se, quase sempre, em lágrimas. Tanto as suas próprias como as dos outros. Porém uma coisa é certa: a alegria via tristeza não decepciona, não é efêmera, não é superficial. Ela vale mais do que custa.
Não é qualquer tristeza que causa alegria. Foi Paulo quem classificou a tristeza em “tristeza segundo Deus” e “tristeza do mundo”. Talvez poderíamos dizer “tristeza religiosa” e “tristeza secular”. A tristeza segundo Deus, ou tristeza religiosa, tem poder terapêutico porque “produz arrependimento para a salvação que a ninguém traz pesar” (2 Coríntios 7:10). A tristeza do mundo é a tristeza normal, cotidiana, de idas e vindas incertas, freqüentemente tola, imprecisa e de intensidade variável. A tristeza segundo Deus inicia um processo que culmina na expulsão de cousas verdadeiramente espúrias e indesejáveis e conduz o homem ao “caminho eterno”, isto é, ao caminho que de fato leva a bom termo. A tristeza secular apenas machuca, abate e desanima; não diz nada, não constrói nada e acaba por levá-lo à morte.
Há também certos fatos que, na verdade, são motivos de alegria, mas por algum tempo provocam tristeza. A paixão de Jesus encheu os discípulos de lágrimas e confusão, mas era a via certa para inundá-los de uma alegria que ninguém poderia tirar. Há coisas de extraordinário valor que só serão alcançadas via tristeza ou dor. É como o caso da mulher grávida do versículo supracitado. Nem sempre é possível o parto sem dor, o acesso à alegria sem a passagem pela tristeza, o cume sem as encostas.
A tristeza tem ainda a magia de chamar sua atenção para Deus. Não é bem covardia, mas a criação de condições psicológicas que despertarão em você o sentimento religioso, a descoberta de suas limitações, o conhecimento e a certeza do poder e do amor de Deus. Sem ela, você não abriria seus ouvidos e olhos para Ele. A alegria via tristeza é tão certa, que o salmista agradece: “Antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo a tua palavra. Foi-me bom eu ter passado pela aflição para que aprendesse os teus decretos” (Salmo 119:67,71).
(“Devocionais para todas as estações”, Ed. Ultimato, meditação de 30 de abril)
É no sofrimento, ou melhor, no furor das batalhas, que o caráter de Cristo é forjado em nós, acredite. sofrimento faz parte do plano do de Deus para nos aperfeiçoar.
ResponderExcluirEstou seguindo seu blog.
Parabéns!!!