domingo, 29 de novembro de 2009

Auto-estima

Leitura bíblica: Marcos 12:28-34

Versículo-chave: Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes (Marcos 12:30-31)

Meditação: Não é fácil cumprir o segundo grande mandamento de Jesus, de amarmos o nosso próximo como a nós mesmos. Por que é tão difícil amar as pessoas sem exigências, padrões e imagens do que desejamos que elas sejam? O motivo encontra-se no próprio mandamento: devemos amar os outros como a nós mesmos. E aí está a dificuldade. Muitas vezes não amamos a nós mesmos.

Friedrich Nietzsche, embora fosse pagão, chegou bem perto da verdade, ao dizer: "O amor ao próximo é o amor ruim por si mesmo. A pessoa sente pelo próximo o que sente por si mesma e gostaria de transformar esse sentimento em virtude. Eu, porém, percebo o seu "altruísmo". A pessoa não agüenta consigo mesma e não ama a si mesma o suficiente".

Temo que ele esteja com a razão. Temos falado de auto-aceitação e de amor próprio sadio. A marca da maturidade cristã é o crente poder dizer: "Está certo, é isso o que sou; são estes os meus talentos; são estes os meus problemas e os meus dons". Todos nós recebemos dons singulares de Deus, e todos nós temos talentos que podemos usar para a sua glória. Certa garotinha ganhou um vestido novo. Dando voltas pela sala, ela entoou: "Estou contente em ser eu!" Que auto-apreciação simples, pura e sadia. Quantos de nós poderíamos dizer o mesmo? Quantos estão contentes de ser o que são e estar onde estão? Eis uma oração pedindo a auto-estima centrada em Cristo: "Senhor Deus, dê-me a auto-apreciação sadia de poder dizer: "Estou contente em ser eu!" Ajude-me a ver tudo o que o Senhor me tem dado e como me tem abençoado e dirigido através dos anos. E então, com verdadeira liberdade, ajude-me a desfrutar da vida que o Senhor me deu. Amém."

Pensamento do dia: O amor pelos outros flui de uma auto-estima sadia, firmada no amor de Deus.

(Lloyd John Ogilvie, em "O que Deus tem de melhor para minha vida", meditação de 27 de novembro)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A maturidade cristã

Leitura bíblica: Romanos 8:31-39; 1 Coríntios 13:6,7

Versículo-chave: “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:7)

Meditação: Um sinal autêntico do cristão maduro é a graciosidade livre e flexível. Quando nossas próprias idéias ou direitos nos são tão importantes que não conseguimos ouvir os outros ou ajustar-nos a eles, não estamos vivendo pelo poder do amor de Deus. Contudo, quantos são como um barril de pólvora, prontos a explodir quando as coisas não saem do modo como queriam. Somos inquietos e prontos para receber ofensas.

A pessoa em quem o amor de Jesus Cristo penetrou é lenta para julgar e acusar. Ela espera com cautela e interesse. Sabendo quão falível e vacilante ela própria é, pode compreender a fraqueza e a fragilidade dos outros. Essa pessoa possui uma aceitação amorosa. Os juízos são irrelevantes porque mesmo depois de fazermos nosso juízo, ainda devemos amar e perdoar. Nada há que possamos aprender uns dos outros que nos dê o direito de excluir ou rejeitar. A pessoa a quem condenamos ainda precisa do nosso amor. Não podemos fugir a essa responsabilidade.

O combustível da maquinaria da participação profunda e do cuidado amoroso é nosso discernimento mútuo. Contudo, quão fácil é guardar os fracassos e falhas alheias e usá-los contra as pessoas através de reservas nos relacionamentos! Só quando as pessoas preenchem nossos padrões é que damos de nós mesmos. O amor não age assim. O Espírito do Deus de amor nos capacita a dar de nós mesmos sem julgar nem calcular padrões.

Pensamento do dia: O amor não é melindroso e não tem prazer nas fraquezas dos outros.

(Lloyd John Ogilvie, “O que Deus tem de melhor para a minha vida”, Ed. Vida, meditação de 20 de novembro)

domingo, 22 de novembro de 2009

Algum dia o sol não nasceu?

“Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno.” (Oséias 6.3)

Algum dia o sol não nasceu? Algum dia a noite durou mais de 12 horas? Assim é o Senhor. Ele esconde o seu rosto só por um momento; “Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra”.

Pode demorar um pouco, até mais do que gostaríamos, mas virá! O Senhor não tem o hábito de marcar datas... Ele não marca a data de suas muitas voltas particulares nem de sua volta especial, “com poder e grande glória” (Mt 24.30).

Com Ele vêm as chuvas há tanto tempo necessárias e esperadas. Chuvas para desfazer os torrões, a seca, a poeira e a sede. Chuvas para trazer de volta o verde, a sombra, o mato, as árvores, as flores, os frutos, o perfume do eucaliptal, os riachos, as cachoeiras, as aves do céu, a justiça, novos céus e nova terra e o bendito refrigério da alma cansada, exausta e ansiosa. As chuvas que vêm com o Senhor enchem as nossas cisternas vazias (Sl 84.6)!

O Senhor será o meu pastor para sempre, pois é Ele quem me conduz a águas tranquilas!

(Elben M. Lenz César, "Refeições Diárias com os Profetas Menores", Ed. Ultimato, 2004, p. 44)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Plenitude do tempo

“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” (Gálatas 2:4-5)

Quando menina, eu cantava em dueto com minha irmã: “Eu sou filha do Rei”, e até hoje tenho grata consciência de ser herdeira com Cristo. Contudo, a criança não tem noção acertada de tempo e tem de depender dos adultos para saber se é hora de dormir ou de ir à igreja ou à escola. Da mesma forma, enquanto ela é herdeira de toda uma fortuna, ainda depende de decisões de outros para administrar o que possui (Gálatas 2:1-2). Na verdade, só poderá usufruir do legado do pai no tempo por ele determinado, geralmente com a maioridade.

Vivia assim, na infantilidade, o povo de Deus antes da vinda de Cristo.

Na plenitude dos tempos, na maioridade determinada por Deus Pai, Jesus veio cumprir toda a lei que éramos incapazes de obedecer, remindo por completo o nosso tempo e nos adotando como verdadeiros filhos, dando-nos o Espírito que tem a intimidade de quem o chama de “Paizão Querido”. Abba! (Gálatas 2:4-6)

Agora é tempo de maturidade!

Já que experimentamos essa redenção que nos fez filhos maduros, por que viver novamente como crianças imaturas, guardando tempos e festas, rituais que nos prendem, sendo dirigidos mais por tempos humanos do que pela eternidade do Senhor? Vivamos o tempo com valores da eternidade!

(“Devocionais para todas as Estações”, Ed. Ultimato, meditação de 17 de novembro)

sábado, 14 de novembro de 2009

Samba de uma nota só

“Nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.” (Atos 20:27)

Uma amiga visitou minha igreja algumas vezes. Certa feita, questionada sobre suas primeiras impressões, disparou: “O que mais me chama a atenção é como o discurso em geral é repetitivo, um samba de uma nota só. Parece que vocês ficam repetindo porque têm dificuldade em acreditar”. Depois desse soco no estômago, nada mais me restou a não ser baixar as orelhas em concordância constrangida. De fato, estamos muitas vezes aprisionados ao leite, completamente ignorantes do alimento sólido, alheios a uma série infindável de temas para os quais as igrejas fecham os olhos.

Assim, deixamos de comer o bom alimento e nos empanturramos com o mesmo e velho leite, como se fôssemos crianças: “Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes leite e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições para isso. De fato, vocês ainda não estão em condições, porque ainda são carnais” (1 Coríntios 3:1-3).

Uma saída é que a igreja, como comunidade, se empenhe em ler, observar, interpretar e aplicar os textos bíblicos, compreendendo coletivamente a Palavra, com a valiosa contribuição daquele irmão caladinho que não tem eloqüência para pregar um sermão. É a maravilhosa interpretação da Palavra de Deus empreendida pelo corpo de Cristo, sem a necessidade de iluminados monopolizando o que nosso Pai quis dizer.

(“Devocionais para todas as Estações”, Ed. Ultimato, meditação de 13 de novembro)

domingo, 8 de novembro de 2009

De quem terei medo?

Leitura bíblica: Salmo 27:1-14

Versículo-chave: “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo?” (Salmo 27:1)

Meditação: Neste grande Salmo, Davi reafirma que Deus é a sua defesa segura. Luz nas trevas e libertação na batalha eram a sua esperança. O Senhor lhe mostraria o caminho, iluminaria seus passos e lhe daria clareza mental e coragem emocional. Por que ter medo?

Entre o povo de Deus encontravam-se os malfeitores e também os filisteus. Davi estava sendo pressionado de dentro e de fora. Contudo, ele tinha confiança. Ele pedia uma coisa somente: comunhão com Deus, conhecimento dele e crescimento em seu amor.

É essa a esperança de Davi, porque Deus havia prometido proteção no dia difícil; ele o livraria do perigo e o colocaria acima do poder dos seus inimigos.

À base desta revisão da bondade de Deus, Davi se enche de esperança e alegria. As coisas parecem mais claras no contexto do propósito maior de Deus. O único temor de Davi é que Deus pudesse retirar-lhe a bênção. Tudo o mais poderia abandoná-lo, menos Deus.

Davi queria conhecer, acima de tudo, a vontade de Deus. Senhor, que desejas que eu faça? As testemunhas falsas não ajudam; somente Deus pode guiar o coração humano. O salmo termina em exultação e louvor da fidelidade de Deus.

Observe como este salmo nos ensina a orar. Primeiro, ensina-nos a começar com uma recordação simples do que sabemos de Deus e da sua natureza. Segundo, mostra-nos que devemos esvaziar os problemas do nosso coração e mente. Terceiro, devemos novamente afirmar que a única coisa que desejamos acima de tudo é fazer a vontade de Deus e pedir que ele nos ensine os seus caminhos. Quarto, devemos deixar o problema ou a oportunidade com ele, reconhecendo sua bondade na vida dos homens. Finalmente, devemos esperar com paciência e confiança para ver a direção em que ele nos levará.

Pensamento do dia: Espere pelo Senhor, tenha bom ânimo, e fortifique-se o seu coração; espere, pois, pelo Senhor. (Salmo 27:14)


(Lloyd John Ogilvie, “O que Deus tem de melhor para a minha vida”, Ed. Vida, meditação de 06 de novembro)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ciúmes

Leitura bíblica: Salmo 103:1-5; Cantares 8:6-7

Versículo-chave:

“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de foto, são veementes labaredas.” (Cantares 8:6)

Meditação: Ciúme é a atitude que diz: “O que é meu é meu, e o que é seu também devia ser meu”. Ciúme é o resultado de um estado de graça instável. Atinge-nos quando nos encontramos fora do fluxo da graça do Senhor, quando não temos prazer em nossa singularidade e falhamos em expressar gratidão pelo que temos recebido. Comparar a nós mesmos com os outros tira os nossos olhos do Senhor.

A passagem bíblica de hoje, extraída de Cantares, dá-nos discernimento da causa e da maldição do ciúme. Cantares é um poema de amor escrito por Salomão à sua amada. Depois de exaltar a glória do amor, Salomão retrata o horror do ciúme. É semelhante ao inferno, nessa passagem chamado de sepultura. Por todo o Antigo Testamento, inferno era o lugar dos mortos, uma região de sombras, miséria e futilidade; aí os incrédulos viveriam para sempre em miséria e futilidade. Ciúme é o inferno em vida.

Acima de tudo, ciúme é o louvor mal dirigido. É esse o significado de “são veementes labaredas”. As labaredas de Deus em nosso íntimo são mal gastas e mal usadas na adoração de outra pessoa ou de seus dons e posses. A capacidade de louvor é mal dirigida e usada para querer ser ou ter o que os outros têm ou são. O antídoto para o ciúme é pensar no Senhor e na sua bondade, e a seguir em nós mesmos como abençoados e amados por ele. Quanto mais o louvarmos por nossa singularidade, tanto mais poderemos confirmar a peculiaridade dos outros sem desejar roubá-la para nós mesmos.

Pensamento do dia: O Senhor diz a cada um de nós: “Eu o criei para ser original e não a cópia de outra pessoa. Deleite-se em mim e na pessoa especial que desejo que você seja, e então o ciúme já não o perturbará!”.


(Lloyd John Ogilvie, “O que Deus tem de melhor para a minha vida”, Ed. Vida, meditação de 03 de novembro)