quarta-feira, 8 de abril de 2020
Reflexões pandêmicas - 04
Quando a gente lê o Velho Testamento - e percebe a infidelidade que marcou a história dos reinos de Judá e Israel - começamos a nos perguntar como é que este povo foi capaz de abandonar a lei, os sinais maravilhosos e os ensinos do Senhor e se prostituir alegremente atrás de outros deuses, período após período, com raras exceções.
Os antigos livros históricos estão recheados de líderes (patriarcas, juízes, reis e até alguns profetas) que permitiram que seu rebanho se desviasse após divindades estrangeiras como Baal e Astarote.
Nós, cristãos do século XXI, sempre olhamos com um certo desdém para o povo bíblico daquela era, nos considerando, por assim dizer, imunes ao paganismo e à idolatria.
Entretanto, a realidade da modernidade nos pegou de calças curtas, e nos mostrou - na nossa meninice vaidosa - que a antiguidade não tem nada de diferente dos tempos atuais.
A pandemia que hoje devasta a Terra reforçou o comportamento de muitos "evanjélicos" que preferiram dobrar seus joelhos a um poste-ídolo em nome de uma "ideolatria", uma adoração da ideologia que - felizes e gozosos - abraçam e defendem com unhas e dentes.
Um fanatismo inaudito invadiu muitas denominações que se dizem "cristãs", já que não se pode mais chamá-las de "igrejas" visto que funcionam como comitês eleitorais e partidos políticos.
Tudo isto aceito com a mais absoluta normalidade, como no sermão profético de Jesus em Mateus 24:38, em que todos "comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento" antes do dilúvio, até que veio o fim.
Torna-se imperioso, portanto, reler o capítulo 24 do evangelho (com G) de Mateus, pois "muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros" (v. 10) e "por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos" (v. 12).
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!
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