sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Ovelhas não usam sapatos


Leia Êxodo 3.1-15

Mas pergunta agora às alimárias, e cada uma delas to ensinará; e às aves dos céus, e elas to farão saber.
Jó 12.7

Ao ler sobre o Criador revelando-se ao pastor Moisés no monte Horebe, imagino que as ovelhas continuaram a balir como antes de ele se virar para ver a sarça ardente. Elas provavelmente batiam seus cascos, andando entre Moisés e o fogo. Ao imaginar isso, percebo uma coisa: as ovelhas não precisam remover nada para se aproximarem de Deus, porque elas não usam sapatos. As ovelhas estão sempre em contato íntimo com o solo sagrado da presença de Deus. Como ovelhas do Bom Pastor, todos nós começamos como as ovelhas, "descalças" e intimamente em contato com Aquele que nos fez. Mas logo aprendemos a amarrar nossos sapatos e colocamos barreiras entre nós e o Santo. Nós escorregamos em suposições restritivas ligadas à raça, gênero, classe e outras categorias humanas que nos limitam e isolam do contato íntimo que Deus deseja ter conosco. Deus disse: "Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa" (Êxodo 3.5). Todos os dias esse convite nos chama a abandonar qualquer perspectiva material e qualquer preocupação que nos mantenha distantes de Deus. Nosso propósito é viver próximo a Ele. E quando eliminarmos o que quer que esteja bloqueando isso, o propósito de Deus se acenderá em nós.

Oração: Amado e Santo Deus, ajuda-nos a colocar de lado tudo aquilo que bloqueie nossa consciência de Ti, para que nossos pés possam sentir o solo sagrado que está sempre sob nós.

Pensamento para o dia: Que "sapato" nos impede de vivenciar a proximidade de Deus?

Oremos pelas pessoas que anseiam por se livrar dos preconceitos.

Niger Woodruff (Alabama, EUA)

("No Cenáculo", Ed. Cedro, meditação de 27 de setembro de 2012)

domingo, 16 de setembro de 2012

O banho do beija-flor


"Ele derrama a chuva sobre a terra, e envia águas sobre os campos."
Jó 5:10

Com a seca que castiga grande parte do Brasil nos últimos meses, alguns dias atrás eu estava aguando o jardim, como rotineiramente faço nessa época árida.

Eis que, para minha surpresa, enquanto regava uma pequena árvore, apareceu um lindo beija-flor, como que me pedindo licença para se banhar no esguicho da mangueira que eu segurava.

Com aquele calor infernal, em nome da solidariedade entre as espécies não tive dúvida, moderei o jato d'água para não machucá-lo e o direcionei a uma distância segura para que o belo pássaro não se sentisse ameaçado por mim.

Ele, por sua vez, também não teve dúvida e se banhou tanto quanto pôde, com direito a se refestelar no galho mais próximo, e ainda voltou para mais alguns turnos de ducha.

Depois que o beija-flor foi embora, me dei conta da beleza de uma tarde de harmonia na natureza, ainda que os céus neguem - temporariamente - a dádiva da chuva.

Deve ser assim que Deus age conosco, pequenos beija-flores do seu imenso jardim, quando passamos pelo deserto debatendo ansiosamente as nossas asas secas.

O alívio pode até demorar para passar, mas sempre haverá refresco e socorro para aguentar (e terminar bem) a travessia.

Infelizmente não tive tempo de registrar o momento, mas o vídeo abaixo dá uma boa ideia de como foi essa inusitada experiência.